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SISTEMA MUSCULAR

Os músculos são estruturas que cruzam articulações e, com isso, conseguem transmitir movimento. Possuem fibras musculares que podem ser controladas por meio do sistema nervoso. São aproximadamente os 212 músculos no corpo humano e eles influenciam o peso corporal, ajudam na movimentação do corpo humano, trabalham com a movimentação de seu corpo, auxiliam a manter a temperatura do corpo e ajudam no fluxo sanguíneo. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica e representam 40-50% do peso corporal total. 

 

O sistema muscular realiza diversos movimentos que são controlados pelo cérebro. Os músculos ajudam a manter a postura evitando dores crónicas. Mas, um dos principais trabalhos do músculo é sua capacidade de contração, tornando-se essencial para a movimentação. 

 

Fibras Musculares: As células musculares são longas e possuem miofibrilas, que ajudam na movimentação.

 

Grupos Musculares

- Cabeça,

- Pescoço,

- Abdomen,

- Região posterior do tronco,

- Tórax,

- Membros inferiores,

- Membros superiores,

- Órgãos dos Sentidos e

- Períneo.

 

Classificação dos Músculos

 

- Quanto à situação podem ser:

            - Superficiais ou Cutâneos: Encontram-se por baixo da pele com algumas partes na camada profunda da derme. Podem ser encontrados na cabeça, na mão e pescoço.

            - Profundos ou Subaponeuróticos: Músculos que não se encontram na camada profunda da derme e muitas vezes se encontram inseridos nos ossos.

 

- Quanto à forma podem ser:

            - Longos: Encontrados em sua maioria nos músculos como o bíceps.

- Curtos: Músculos que ficam em articulações com pouco desenvolvimento, como os encontrados nas mãos.

- Largos: Músculos que ficam nas paredes de cavidades maiores, como o abdômen e tórax.

 

Quanto à Disposição das Fibras: 

- Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal. 

- Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal. 
- Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo. 

 

- Quanto à sua função na ação:

- Agonistas: Músculos que ativam um movimento de seu corpo através da contração. Ex: segurar um objeto.

- Antagonistas: Músculo que relaxa gradativamente para produzir um movimento ameno.

- Sinergistas: Ajudam a estabilizar as articulações no intuito de evitar movimentos bruscos. Ajudam a estabilizar regiões do corpo como ombros e cotovelos.

- Fixadores: Ajudam os músculos agonistas a trabalhar da melhor forma.

 

 

Função dos Músculos

 

O sistema muscular é responsável por um conjunto de funções:

a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. 
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. 

c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. 

d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sangüíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. 

e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. 

Tipos de Músculos

 

- Músculo Esquelético: É aquele que pode ser visualizado, ou seja, quando se vai para a academia para aumentar sua massa, a pessoa está exercitando esse tipo de músculo. Surgem em pares e estão relacionados ao esqueleto. São contraidos através da ordem do seu cérebro. Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

 

- Músculo Liso: Esse tipo de músculo tem a capacidade de manter sua tensão por um tempo e estão nos vasos sanguíneos, bexiga, útero, sistema digestivo e vias respiratórias. O sistema nervoso faz com que ele se contraia de forma involuntária, como acontece com o seu estômago.

 

- Músculo Cardíaco: Músculo que pode ser encontrado no coração e possui muita resistência. Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – AUTO RITMICIDADE. 

 

 

Tipos de Contração

 

- Contração Concêntrica: O músculo encurta e outra estrutura é tracionada reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: Levar um objeto que está na mesa até sua cabeça.

 

- Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração. Ex: O ato de devolver um objeto de volta na mesa.

 

- Contração Isométrica: servem para estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: Sustentar um objeto na posição de 90º.

Anatomia Microscópica da Fibra Muscular

 

A característica mais importante das fibras musculares é o facto de serem sulcadas por centenas ou milhares de finas miofibrilhas, dispostas longitudinalmente ao longo de toda a célula. É nestas miofibrilhas que é desencadeado o fenómeno de contração da fibra muscular.

 

A estrutura das miofibrilhas é muito complexa, na medida em que através de observação por microscopia electrónica é possível detetar a presença de estrias transversais de várias tonalidades. Dado que estas estrias, que não se observam no músculo liso, são próprias do músculo cardíaco e dos músculos esqueléticos, estes tecidos são denominados músculos estriados. As estrias transversais formam uma sequência ou padrão que se repete ao longo de cada miofibrilha.

 

Este padrão, igualmente denominado sarcómero, constitui a unidade de funcionamento dos músculos. Quando uma fibra muscular recebe o apropriado estímulo nervoso, todos os sarcómeros das suas miofibrilhas ficam mais pequenos, provocando a contração destas últimas e de toda a fibra muscular.

 

Embora os sarcómeros se encontrem continuamente dispostos uns a seguir aos outros ao longo da miofibrilha, estão separados entre si pela denominada Linha Z, uma banda ou estria transversal de cor escura. Em suma, cada sarcómero encontra-se delimitada por duas Linhas Z. 

 

Ao longo do sarcómero existem dispostas longitudinalmente e enroladas entre si, filamentos de 2 tipos de proteínas - Actina e Miosina. 

 

Os filamentos de miosina e de actina estão intercalados entre si, ou seja, cada filamento espesso de miosina encontra-se rodeado por um ou mais filamentos finos de actina. Dado que a fibra muscular, quando se encontra em repouso, tem tendência para se relaxar, a superfície de contacto entre ambos os tipos de filamentos é muito reduzida. Todavia, quando a fibra muscular e, consequentemente, as miofibrilhas recebem o oportuno estímulo nervoso, os filamentos finos deslizam de maneira mais profunda por entre os filamentos espessos, reduzindo a distância entre as Linhas Z que delimitam os sarcómeros. Nestes casos, estes estímulos nervosos provocam a diminuição dos sarcómeros, a redução do comprimento das miofibrilhas e a contração da fibra muscular estimulada.

 

Inervação e Contração Muscular

 

Os músculos esqueléticos encontram-se inervados por uma abundante rede de nervos que penetra nas massas musculares junto dos vasos sanguíneos, ramificando-se ao longo do interior do tecido. Dado que estes nervos são constituídos por fibras sensitivas e neurónios motores, tanto podem transmitir estímulos sensitivos, originados nas próprias massas musculares e destinados ao sistema nervoso central, como estímulos motores, provenientes do encéfalo ou da medula espinal, percorrendo o trajeto inverso.

 

 

Os músculos esqueléticos e os tendões são constituídos por vários e abundantes tipos de terminações nervosas sensitivas, capazes de captarem e transmitirem a sensibilidade à pressão e à dor e também o grau de estiramento das fibras musculares e tendinosas, algo essencial para que o sistema nervoso central consiga regular o tónus ou grau de contração a que cada músculo deve ser submetido para manter uma determinada posição corporal.

Por outro lado, cada um dos neurónios motores pertencentes a estes nervos tem tendência para se ramificar e, consequentemente, entrar em contacto direto com uma determinada quantidade de fibras musculares. O ponto de união entre estas ramificações das fibras nervosas e a membrana das fibras musculares denomina-se placa motora, sendo igualmente nesta estrutura que se produz a passagem do impulso nervoso até às células musculares.

 

 

O sistema formado por apenas um neurónio motor e por todas as fibras musculares às quais chegam as suas ramificações tem a denominação de unidade motora. Quando o impulso nervoso de um neurónio motor supera um determinado limite, todas as fibras musculares da unidade motora correspondente contraem-se, num mecanismo semelhante ao mencionado anteriormente, em que os finos filamentos de actina deslocam-se de forma mais profunda através do interior dos filamentos espessos de miosina, proporcionando o estreitamento dos sarcómeros, a diminuição das miofibrilhas e a contração de todas as fibras musculares pertencentes à unidade motora.

 

 

Como as fibras musculares não têm capacidade para se contraírem parcialmente, pois apenas podem encontrar-se em situação de relaxamento ou de contração absoluta, o grau de contração de um músculo depende da quantidade de unidades motoras e fibras musculares estimuladas. Desta forma, caso o estímulo nervoso seja ligeiro, embora apenas se contraiam algumas das fibras musculares, o músculo permanecerá distendido, enquanto que, caso o estímulo seja potente, propiciará a contração da maioria das fibras musculares e, consequentemente, de todo o músculo.

Tipos de Fibra Muscular

 

A classificação das fibras musculares faz-se de acordo com o metabolismo energético dominante, da velocidade de contração e da sua coloração histoquímica, a qual depende das actividades enzimáticas.

 

As fibras musculares dividem-se em:

- Tipo I, de contração lenta ou vermelhas, e isto devido à densi­dade capilar e ao conteúdo em mioglobina. São fibras com menor diâmetro, com um maior fornecimento sanguíneo, quando expresso em capilares por fibra, possuem muitas e grandes mitocôndrias e muitas enzimas oxidativas. São por isso fibras com um metabolismo energético de predomínio aeróbico, resultando uma grande produção de ATP, permitindo esforços duradouros. Estas fibras predominam nos músculos dos atletas de endurance ou resistência.

 

- Tipo II, de contração rápida ou fibras brancas. São fibras brancas, de maior diâmetro, com predomínio de metabolismo energético de tipo anaeróbico. Possuem grandes quantidades de enzimas ligadas a este tipo de metabolismo, necessárias à regeneração rápida de ATP a partir da fosfocreatina (CP). O músculo constituído por este tipo de fibras tem uma velocidade de contração, uma velocidade de condução na membrana e uma tensão máxima maior do que nas fibras do tipo I. Têm elevados níveis de atividade da ATPa­se miofibrilar, o que revela grande velocidade na elaboração das interações actina-miosina.

Tendões

 

Os tendões são estruturas longas e resistentes que proporcionam a união dos músculos aos ossos e a outros tecidos mais ou menos sólidos. Embora a maioria dos músculos seja apenas constituída por dois tendões, um em cada lado, os que são compostos por mais de uma massa carnosa, como o bicípite braquial ou o quadricípite crural, apresentam três ou mais tendões. Por outro lado, existem alguns pequenos músculos que não possuem tendões, pois estão diretamente unidos aos ossos, cartilagens, ligamentos ou outras estruturas.

Os tendões são constituídos por tecido conjuntivo e os seus componentes fundamentais são as fibras de colagénio, particularmente elásticas e resistentes. Dado que cada fibra muscular se encontra diretamente ligada a uma fibra de colagénio de um tendão, a contracão do músculo proporciona a tração das fibras de colagénio dos tendões pelas fibras musculares e, consequentemente, a aproximação dos pontos de união.

A forma dos tendões é variada: embora a maioria seja longa, alguns são planos e outros arredondados. Para além disso, alguns tendões têm tendência para penetrar no tecido muscular e formar reptos. Por outro lado, quando os tendões passam junto aos ossos, cartilagens e outros tecidos, costumam estar revestidos por uma bainha de tecido sinovial - semelhante ao da cavidade das articulações - que lhes permite deslocarem-se em ambos os sentidos sem provocar atritos.

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